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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Before I die...

Estava vendo o filme 'Antes de Partir', quando me veio à mente a ideia de elaborar uma lista de coisas que gostaria de fazer antes de morrer. Pensei em mil, mas também poderiam ser cem.
Fiquei algum tempo pensando e mesmo deixando de lado a ideia ela começou a voltar de forma recorrente. Mas por que logo tentei deixar de lado a ideia? É que não queria colocar na lista coisas estapafúrdias, que nunca realmente tive vontade de fazer, como pular de paraquedas, subir na mais alta montanha do mundo ou fazer um safári na África. Eu nunca quis fazer essas coisas e provavelmente não faria mesmo se tivesse a oportunidade. Ou então faria apenas por fazer. Eu queria identificar vontades reais, que eu gostaria mesmo de realizar e comecei a ter dificuldade. Sinceramente, eu não estou conseguindo achar. Minha vida é completa? Não, de forma nenhuma. Ela é cheia de vazios e eu fico pensando se eu poderia preencher esses vazios com coisas. Há o vazio de Deus, por exemplo. Tenho tentado preenchê-lo há um longo tempo e quanto mais tento mais me distancio. Ou o vazio de vontade: eu nunca tenho realmente muita vontade de fazer nada, com raríssimas exceções.
As coisas também não me atraem: algumas pessoas são capazes de morrer por um carro, uma casa nova, joias. Outras dão a vida por dinheiro ou poder. E eu vou aceitando o que surge, sem muita querência. Pego o que aparece e acho bom porque este é o meu jeito de ser.
Costumo dizer que sou feliz, mas sei que não é pela felicidade em si, é porque detesto a ideia de um dia ser infeliz. Então não digo que as uvas estão verdes quando não posso alcançá-las, simplesmente deixo pra lá e como outra coisa.
O mesmo acontece com as pessoas. Eu gosto de gente, tenho amigos, conhecidos. O fato é que não sinto necessidade de prendê-las a mim e quando me decepcionam eu simplesmente deixo pra lá. Sinto falta muitas vezes daqueles que passaram por minha vida, mas tenho consciência de que fui eu que os deixei ir, por pura inércia. Sei que este texto está tentando se transformar em um mergulho profundo na minha vida, em um exercício de autoconhecimento. Mas sei também que vou mergulhar no raso porque tenho medo de me afogar. Enfim, por muitas razões vou tentar elaborar a minha lista de forma suave e consciente. Vou começar por coisas simples.
       E assim sendo me desculpe quem começou a ler este texto esperando encontrar sugestões para fazer mil coisas diferentes. Mas de cara vou avisando que esta é uma obra aberta, sujeita a modificações e acréscimos. Que irei fazendo enquanto ficar por aqui. Talvez amanhã eu acorde inspirada e comece a preencher esta lista com mil coisas interessantes para fazer antes de morrer. E podem ter certeza de que muita coisa da lista, terá a ver com o Jornalismo, os projetos em mente são inúmeros, caros amigos. :) 




sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Devaneios de 2011

Parece que foi ontem que viramos o ano e partimos para 2011. Festas, champagne, família reunida. Sim, é quase inacreditável.. mas falta apenas alguns dias para 31.12.2011.
O que falar então, de 2011? Um ano de transformações econômicas e climáticas ao redor do mundo. Euro mergulhado na crise. Endividamento elevado dos EUA que não conseguem retomar a prosperidade. O Rio de Janeiro, traficante Nem, Rocinha pacificada e toda aquela coisa. Manifestações de jovens, debate onde os ideais políticos como Fascimo, Comunismo, Democracia vieram à tona. Mas, algumas coisas continuaram iguais… A seleção brasileira, os estádios para a Copa, a corrupção etc, etc e etc.
Bom.. 2011 foi sem dúvida um ano de mudanças para mim também. Entrei na Faculdade. Aquela coisa de calouro, euforia, como vai ser, amizades, a profissão que escolhi. Com o tempo a euforia de calouro foi passando, a pilha de trabalhos e provas pra fazer aumentando absurdamente. Momentos mútuos de desespero, de ódio um pelo outro dentro da sala de aula, de desencanto com prefessores e/ou disciplinas, indubitavelmente coisas desse tipo aconteceram sim, mas, as coisas foram ficando mais claras, mais fáceis. Na verdade, você começa a se habituar ao seu novo habitat. E você começa a perceber que todas as coisas 'difíceis' que aconteceram com você no decorrer do ano, fazem parte do seu crescimento pessoal e profissional.
Agora chega de blablablá, né? Ainda temos alguns dias para concluir os nossos projetos e desejos desse nesse ano, portanto, ainda dá tempo! Vai começar a época das festas, seja com os amigos, familiares, colegas de trabalhos, etc. Comemore as suas conquistas, não chore as derrotas (reflita e aprenda com elas) e divirta-se!
Um novo ano está chegando! Você terá 365 dias para colocar em prática o que você quiser e realizar os seus sonhos. E, enquanto 2012 não chega, comece a planejar as suas ações e faça um pensamento bem positivo para tudo dar certo.
Ah, e claro.. esse foi o texto mais clichê do ano. haha :)

Boas Festas. E que venha 2012.





sábado, 24 de setembro de 2011

Quem é que não passa por "fases"?


Às vezes eu me canso das pessoas em geral. Você também?
Não sei se é bem isso que eu quero dizer. Tbm não sei ao certo se é bem isso que acontece: se realmente me canso das pessoas, ou se canso de mim mesma e consequentemente me canso delas. 
Às vezes, eu desligo o celular, não atendo telefonemas, não vou até a porta quando me chamam, fico calada, não quero ouvir ninguém reclamando no "pé do meu ouvindo", quero curtir minha chatice sem ninguém ao meu redor. Sei que todo mundo, ou quase todo mundo, tem um momento de querer ficar sozinho. Isso significa “cansar das pessoas”? No geral, eu estou sempre disposta a escutar e ajudar todos, sempre que possível. Mas, de uma hora pra outra, simplesmente, me canso. Se uma amiga liga num momento desse, eu morro de vontade de falar “Olha, liga outra hora, hoje não tô a fim de ouvir nada, beleza? Tchau”. Quando me dou conta do que acabei de imaginar, vem o sentimento de culpa, que é super natural. Tem dias, que minha mãe fala, fala, fala e tudo que vem em mente é “Pára tudo, cansei disso, me deixa”. O correto seria não pensar, mas eu nem sempre sou correta, e penso (falo, algumas vezes). É claro que eu amo meus amigos e obviamente amo minha mãe. Poderia nem estar falando todas essas bobagens, porém, me sinto tão melhor podendo esclarecer o motivo de às vezes eu estar tão abusada de tudo e de todos. Mais uma vez eu digo... Não sei se “cansar” é a palavra certa pra o que eu quero dizer, não sei se é normal cansar de pessoas que se  gosta, que se adora. Não vou comparar tudo isso com “é como se cansasse do seu jogo preferido” ou “é como se enjoasse da sua comida favorita”, não quero, e não vou “coisificar” as pessoas, não é justo, eu tenho sentimentos, muitos até. E ainda bem que o que sinto por elas, - as pessoas - é bem maior que toda essa maluquice da minha cabeça. Talvez isso seja apenas uma das muitas fases que eu constantemente passo. Eu, você, todos nós. Ou talvez, como disse um amigo meu, isso seja só eu refletindo sobre mim mesma. Auto-conhecimento. :)




sábado, 10 de setembro de 2011

O Filme


Enquanto as pessoas passam milhares de vezes com seus óculos estúpidos e seus objetivos. Toda aquela coisa. Fumaça, semáforos, parques, poeira, enxaqueca, pessoas..
Eu, sem os meus óculos estúpidos e com um imenso e pesado ponto de interrogação espetado na cabeça, tentando fugir de uma rotina sem escapatória, que me segue até nas próprias fugas da rotina. A vida segue incontrolável, e tudo que se pode fazer é observar atônito as coisas acontecendo em fast-foward. O tempo passa rápido, os dias se arrastam. O filme em loop, repete e repete, cada vez mais rápido e cada vez com menos sentido. No final das contas não sabemos mais quem é o protagonista, onde fica o final feliz, e onde estão os ganchos do roteiro. O filme gasto girando numa rotação maior para dar o tom cômico, a trilha sonora arranhada chiando o tempo todo, e de repente tudo volta num rewind. E reparo que não.. não existe nenhuma diferença entre quem é protagonista e coadjuvante nesse filme, nesse longa, ou curta, nunca se sabe.
Penso no que dizer, no que não dizer, que passo dar, para onde ir, onde sentar, se devo ir, se devo ficar, inssistir, desistir, ligar. Desligar. Tanto faz.
As coisas acontecem idependentemente de você. Sempre aconteceram, bem antes de estarmos aqui. Você se pergunta quem é o protagonista. Onde fica o final feliz. Quando começa, quando termina... e você se acostuma a observar atônito as coisas acontecendo em fast-foward.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Pleonasmo despercebido.

Pra começo de conversa, vamos à definição:
"Pleonasmo: Pleonasmo pode ser tanto uma figura de linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) numa expressão, enfatizando-a." Wikipedia.com

Creio que todos já se depararam com a frase: "Necessário experiência anterior". Afinal, é comum quando se está à procura de emprego ou coisa do tipo. E o que há de errado nesta simples frase, tão usada, principalmente no meio profissional? Nada?.. Engano ! 
"Experiência anterior", baita redundância. Toda experiência é anterior. Assim como todo elo é de ligação, todo habitat é natural, todo amigo é pessoal. O Pleonasmo, como excesso de sobremesa, enjoa.
Nós brincamos com alguns pra lá de conhecidos: Subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, sair para fora. Mas existem os engenhosos, que passam despercebidos. Nós, ingênuos, caímos na armadilha.
Dizemos sem perceber: manter o mesmo, ainda continua, ganhar de grátis. Ora, se mantemos, só pode ser o mesmo. Se não for manter, não é. Pode ser mudar, trocar, substituir. Ainda continua? As duas palavras falam de continuidade. Melhor ficar com uma ou com outra (Ele continua doente/ Ele ainda está doente); Granhar de grátis? só pode.
Há pleonasmos tão familiares que parecem gente boa, que nada mais faz que cumprir a obrigação. Mas é bom ficar atento e não cair na deles.
Olho vivo. Todo general é do exército. Todo Almirante? da marinha. Todo país? do mundo. Toda viúva, do pobre falecido.
Só existem estrelas no céu. Sorriso, nos lábios. Goteira, no teto. Planos ou projetos, para o futuro.. para onde mais seria, minha gente ?! (essa é clássica!)
Criar? só pode ser algo novo. Detalhes? Ora, são sempre pequenos, caro amigo Roberto Carlos (haha). Encarar? só de frente. Calar? só a boca.
As palavras são a ferramenta do Jornalista, e de todos os profissionais que lidam com a linguagem, não cair nessas armadilhas, significa dominar o idioma, o nosso idioma. Mas, pior ainda que o pobre do Pleonasmo inocente e que passa despercebido sem grandes alardes, é a praga do gerúndio, que chegou tímido e foi ganhando espaço. Falarei disso uma outra hora, em um outro post, talvez o próximo! Até breve. :)
Porque todo barulho, é sonoro ! \o

domingo, 21 de agosto de 2011

Perder o Foco

É normal para quem escreve bastante, não gostar de algo que esteja escrevendo ou então ficar preso em meio aos próprios argumentos, em um nó tão grande que o texto não vai para frente.
Foi assim com o primeiro texto que estava escrevendo para o blog hoje, comecei normalmente, baseado em uma coisa que já estava na minha cabeça há alguns dias, mas quando cheguei no terceiro parágrafo entrei em um buraco negro sem solução. O texto era até simples, sobre televisão, mas acabei entrando em um confronto de argumentos comigo mesma. Fiquei por alguns bons momentos dialogando internamente e tentando ver qual ponto de vista interno era mais predominante. Não cheguei em nenhuma conclusão, por enquanto, mas não me dei por vencida e certamente vou escrever num futuro próximo sobre o que eu comecei a rascunhar.
Deixei de lado este texto e comecei outro, um pouco mais leve, sobre coisas que acontecem aqui na internet e no nosso dia a dia. Fui escrevendo, meio que no calor das ideias, mas ao ler o texto quase pronto vi que perdi completamente o foco.
Perder o foco é algo comum também, mas que não gosto. Em alguns casos é interessante o embaçamento da proposta inicial já que a cegueira momentânea pode nos levar em locais que provavelmente não estivessemos propícios a conhecer. Mas em outros casos irritam quem escreve e quem lê, já que pode ficar uma sensação no leitor de que foi enganado, ele esperava uma coisa e no final teve outra.
Acho que não perdi o foco ao falar sobre o foco. Agora vem um exercício comum de deixar os textos em um forno, o forno dos rascunhos. Vai ficar lá por um tempo e no momento adequado eu vou lá, tiro do forno e sirvo, só espero não tirar antes do tempo e servir cru ou pior.. deixar queimar e ter que jogar no lixo.
Essa minha frustrante perda de foco agora, talvez seja um sinal que de que é preciso colocar o pé no freio de vez em quando, tirar um tempo para "desligar e relaxar" corpo e mente. Criar horários na agenda sempre que possível para 'não fazer nada', assistir a filmes, passar mais tempo com os amigos, jogar conversa fora e esquecer, por um minuto que seja, esse ritmo de vida que pode enlouquecer qualquer um, essa vida moderna que tanto gostamos, onde estamos sempre querendo tudo, e em uma eterna busca por objetivos.
Enfim, talvez perder o foco também seja necessário, e que os gurus dos negócios não nos escutem.




terça-feira, 26 de julho de 2011

A Literatura e sua Popularidade repentina.

Percebemos claramente o quanto as redes sociais popularizaram os escritores nos últimos tempos. Nunca a literatura foi tão querida e amada. Clarice Lispector, por exemplo, no passado arrancava arrepios nos estudantes que eram obrigados a estudar sua obra na escola, hoje são as suas famosas frases que causam alvoroço e são motivos de muitos comentários e reproduções no mundo virtual.

Faz mais de 30 anos que a autora morreu, mas mesmo assim, sua obra é estudada como Literatura Contemporânea e assim também é considerada, sendo os seus livros classificados como romance moderno.

Talvez seja pelo seu olhar intuitivo em relação ao universo feminino que Clarice Lispector hoje é popular entre as mulheres; elas sempre ocuparam um lugar de destaque nas páginas da autora.
Hoje existem muitos equívocos sobre as autorias dela, talvez por ainda não ser de domínio público. Os livros de Clarice não podem ser digitalizados sem autorização, tampouco disponibilizados de forma gratuita e nem as editoras conseguem comercializá-los a preços mais acessíveis; isso poderá ocorrer somente depois dos 50 anos de falecimento da autora.
Já que sabemos o quão escassas são as nossas bibliotecas públicas, infelizmente – e baseiam-se em fontes não muito confiáveis para creditar e divulgar textos sendo dessa autora.

Vejamos um exemplo: há sites que creditam à Clarice a seguinte frase: “Você pode até me empurrar de um penhasco e eu vou dizer: e daí, eu adoro voar!”. Esse estilo da frase não se enquadra com o de Lispector; nossa querida autora é dona de uma literatura mais intimista, simbólica e introspectiva, o que nada tem a ver com a expressão acima citada. Há fontes na internet que declaram que essa frase foi dita pela atriz Bruna Lombardi, outros dizem ser de Kathlen Heloise Pfiffer. Então, como saber ao certo? A resposta é simples: não há como saber, pois não encontramos referências bibliográficas que comprovem a autenticidade da frase sendo de autora X ou Y. 

A internet é um espaço livre, e pelo menos em nossa realidade, os direitos autorais nunca foram devidamente respeitados na web.
Por mais que se confie em uma página virtual, nada se compara com a veracidade de um livro, devidamente publicado, catalogado e registrado.
Essa expressão é só uma de tantas que a todo tempo são divulgadas na rede mundial de computadores, através de ferramentas como e-mail, twitter, Orkut e facebook. A internet, que poderia ser uma verdadeira aliada na disseminação da literatura, hoje se tornou uma grande vilã, espalhando inverdades e deboches referentes à obra de escritores geniais.

Mas bem sabemos que a internet é atualizada pelas pessoas, a maioria delas são pessoas de bem, que não veem maldade alguma em repassar aquele e-mail com um texto bonito assinado por Clarice Lispector, ou então em retwittar aquela frase legal também creditada à autora; por isso, caso você seja fã das frases e textos que circulam na web como sendo de Lispector, a dica é a seguinte: duvide sempre de tudo o que ler; e pesquise, questione, conheça as obras e procure referências, antes de divulgar e disseminar falsos textos pela internet; quem agradece não sou eu, - uma apaixonada admiradora da obra dessa mulher -, mas sim o legado de Clarice, que de maneira alguma merece ser vulgarizado e desrespeitado, mais ainda do que já está sendo.